Sunday, February 16, 2014

Conflito de gerações nas empresas

A turma do " mostre-me o que a sua empresa pode fazer por mim, agora!" é, sem dúvida, um dos maiores desafios dos gestores. 
O choque de cultura entre as gerações não é assunto novo. No entanto, em tempos de competitividade igualitária onde as empresas têm produtos e preços muito semelhantes e o diferencial pode estar na qualidade das relações entre vendedor e comprador, a equipe tem papel fundamental no composto de marketing estabelecendo o quinto "P", uma vez que não adianta ter um serviço de TV digital ou internet com características sensacionais se, no momento do atendimento no call center, os atendentes não completam/complementam estas caraterísticas e jogam por terra a percepção de valor dos produtos ou serviços.
Mas o que me parece estar acontecendo no quartel-general é que este batalhão de atendentes, majoritariamente Gen Y, é liderado e orientado por gestores e manuais com características declaradas de Gen X ou mesmo de Tayloristas.

Não tenho a pretensão de estabelecer nada a não ser convidar ao debate uma vez que o turnover tem sido um dos indicadores mais complexos.
Primeiro o Ipea nos oferece o resultado de uma pesquisa que determina que não temos problema na qualidade de mão-de-obra uma vez que os anos de estudo são maiores que as gerações passadas; depois nos deparamos com as reclamações do pequeno empresário sobre a falta de educação empresarial básica dos jovens colaboradores: "não entendem nada de assalto de trem", brada um antigo sócio meu que insiste que os jovens não tem noção básica de negócios, rotinas de escritório ou como funciona uma empresa; e, por fim a facilidade que os jovens têm em trocar de emprego.
Eu acho que todo mundo tem razão, mas ninguém parou para tentar mudar este cenário. Sinto que nem o jovem quer ter que mudar de emprego tanto quanto têm mudado, nem os empresários querem precisar repor os seus quadros neste volume.
Penso que as empresas precisam encontrar soluções para contextualizar o trabalho destes jovens uma vez que para engajá-los, precisamos oferecer contexto. A geração 24/7 precisa entender os motivos que justificam a necessidade daquele trabalho ser feito daquela forma e quer participar da autoria das teses, da criação dos procedimentos e do pensamento estratégico. Não é com salários ou bônus que determinamos a sua colaboração, muito menos com ameaça da posição.
Na outra ponta, penso que os jovens precisam oferecer a sua confiança para os seus líderes. Aquela mesma que, outrora, os jovens colaboradores pediam para seus chefes no período de experiência: a chance de mostrar seu potencial, sua performance e o que poderia agregar caso fosse efetivado. Precisam deixar seus líderes passarem pela experiência e provar que a sua liderança é positiva e poderá agregar às suas carreiras.
Bem vindo ao mundo novo!

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