Saturday, February 15, 2014

Meu amigo Black Bloc

As manifestações e a repercussão delas nas mídias sociais estão influenciando pessoas de todas as idades, credos, raças e opção sexual. É praticamente impossível fugir disso, mesmo aqueles que decidiram que a Tv aberta brasileira é lixo e a deixam desligada por bom tempo (menos pra assistir o timão, é claro! diz um mano desses). Por mais que você resista, em todos as redes sociais você encontra posts com links para notícias sobre as manifestações e, curiosamente, terminam em enfatizar a ação dos black blocs que, pelo que entendi até agora, é quem tira a a paz da manifestação que sempre inicia pacífica. Quanto a isso eu tenho minhas dúvidas. Acho que iniciam pacíficas para aquecer os motores e preparar o terreno.
Mas, voltando ao título do artigo, acho que meu amigo de trabalho é um Black Bloc.
A primeira vez que pensei nisso, foi quando me lembrei que uma das principais características dos blocs é usar máscaras para preservar sua identidade, tornar-se anônimo e assim passar despercebido individualmente. E foi assim que descobri a primeira pista deste meu parceiro: ele entra e sai do escritório sem ninguém perceber. Seu trabalho é tão insosso e sem resultados expressivos que, se ele faltar, ninguém percebe e, se algo dá errado, nunca foi ele. Ele não sabe de nada e nem viu que aquilo tinha acontecido.
É um anônimo total!!!
Além desta primeira pista, eu comecei a reparar a semelhança na atitude. Os blocs têm por objetivo protestar contra todos os símbolos do capitalismo. É exatamente o que meu amigo faz: lucro, produtividade, comissão por mérito, performance, gestão e resultados são tudo o que ele abomina e faz questão de ir contra. Suas roupas parecem saídas de uma frente de guerra de tão surradas e puídas, até, mas ele não vai consumir porque a mídia manda ou porque os padrões exigem.
Para, definitivamente, chegar à conclusão que este meu amigo como tantos outros amigos dos meus amigos é um Black Bloc basta você perceber que ele não agride pessoas. Esta é uma premissa deles: Não são violentos! O argumento é que você não consegue ser violento com mesas, cadeiras, empresas, instituições, departamentos...Sendo assim, ao não se comunicar com frequência com as pessoas, ele não é considerado violento.
Enquanto escrevia percebi que eu, provavelmente, não seja o único a ter o privilégio de trabalhar com um Black Bloc e me parece que eles estão infiltrados em todas as organizações e grupos, detonando o estado democrático, praticando a revolução surda que impede/atrapalha as empresas a obterem seus resultados e poder contar com todo o potencial do colaborador.


 

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